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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

EDITORIAL ABIDIPA - PNEUS IMPORTADOS. O VERDADEIRO EFEITO PARA O MERCADO BRASILEIRO


PNEU ASIÁTICO
OS VERDADEIROS EFEITOS DOS IMPORTADOS PARA O MERCADO BRASILEIRO



Há uma mistura de mito e preconceito quando falamos da influência negativa dos pneus asiáticos para o mercado brasileiro. Se existe algum malefício com o advento dos “chineses” no Brasil, o mesmo já tem sido combatido há algum tempo. É preciso saber que temos denunciado sistematicamente, junto aos órgãos responsáveis do Governo, as empresas que praticam fraude na importação e que declaram valores menores de compra desses produtos, além dos contrabandistas. Esses importadores não são a maioria, mas prejudicam não só as empresas nacionais como os próprios importadores que agem dentro das leis estabelecidas pelo governo brasileiro e a própria arrecadação de impostos para os cofres públicos.
Com relação aos produtos que entram legalmente em território nacional, são várias as razões para acreditar que eles têm contribuído positivamente para o mercado. A entrada dos pneus asiáticos forçou, através da competitividade, melhora na qualidade dos pneus fabricados no país. Quem não se recorda que os pneus nacionais, há algum tempo, mal suportavam o primeiro asfalto ruim que encontravam pela frente?
A melhora da qualidade do produto nacional veio atrelada ao custo mais atraente. Para competir com os importados, a indústria nacional se viu obrigada a demonstrar capacidade de concorrência também pelo preço. Há cinco anos, por exemplo, pneus nacionais para carros populares  custavam R$ 150,00. É o mesmo valor de mercado praticado atualmente.
Existe, também, “falsa impressão” de que os pneus importados tiram emprego no mercado nacional. Se a gente pensar que os pneus que vêm de fora contribuem para o superávit da balança comercial brasileira, veremos que há uma via de mão dupla e os benefícios são equiparáveis. Como importamos pneus, a balança comercial nos abre a possibilidade de exportar minério, soja, e outra infinidade de produtos. Feita a compensação em outros setores da economia.
O pneu asiático não tem custo barato que muitos chegam a acreditar. O que o Brasil precisa para competir de maneira sadia e eficaz com os importados, não é esse olhar discriminatório aos produtos asiáticos. Temos que baixar nossos custos de produção, diminuir a burocracia em todo o processo de produção, assim como reduzir a carga tributária que inviabiliza qualquer tipo de livre competição nesse mercado a cada dia mais globalizado. Temos que produzir competência. É a lei do livre mercado, da oferta e da procura, onde os mais competentes aceleram e chegam na frente.

Rinaldo Siqueira Campos
Presidente da ABIDIPA – Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Produtos Automotivos.