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quarta-feira, 11 de abril de 2012

IMPORTADORES DE PNEUS DÃO "CAMINHO DAS PEDRAS" PARA RECEITA FEDERAL

IMPORTADORES DE PNEUS DÃO

“CAMINHO DAS PEDRAS” PARA RECEITA FEDERAL

ABIDIP APONTA QUATRO MEDIDAS EFICAZES PARA COMBATER IRREGULARIDADES



O presidente da ABIDIP – Associação dos Importadores e Distribuidores de Pneus, Rinaldo Siqueira Campos, aponta os caminhos que deveriam ser percorridos pela Receita Federal no combate às irregularidades no processo de importação de pneus para o Brasil. De acordo com ele, a operação “Maré Vermelha”, deflagrada recentemente não ataca os principais problemas. “É chover no molhado”, chegou a comentar Siqueira Campos que representa cerca de 40 importadores independentes de todo o país. De acordo com o presidente da ABIDIP, se a Receita Federal empreendesse esforços em quatro frentes de trabalho pontuais, grande parte das irregularidades do setor seria resolvida. Dados da ABIDIP dão conta de que 70% dos pneus importados para o Brasil, atualmente, contém irregularidades no seu processo de importação.

Ao invés de concentrar esforços na operação “Maré Vermelha”, intensificando a fiscalização nos portos brasileiros, a ABIDIP sugere inicialmente que a Receita Federal conceda a antiga reivindicação dos importadores: adotar tabela de parametrização de pneus levando em consideração o peso do produto, mas também o aro.  De acordo com Siqueira Campos, importadores irregulares podem subfaturar pneus em 25% (nos aros 12’, 13’ e 14’) a até 100% nos chamados pneus high performance (que vão dos aros 17’ a 24’). “O artifício reduz o custo dos produtos e consequentemente, o recolhimento dos impostos. Além de tornar a concorrência desleal”, aponta Siqueira Campos.

                A ABIDIP sugere atenção da Receita Federal no que diz respeito à recente denuncia da Associação dos Importadores. De acordo com levantamentos, Siqueira Campos conta que está sendo feita uma triangulação via Uruguai e Paraguai de produtos fabricados na Ásia e que têm o Brasil como destino final. “A Receita Federal deveria exigir o pagamento dos impostos de importação desde a origem do produto e não apenas do trecho que compreende os países vizinhos até o Brasil”, ensina. Pelo que foi percebido, as empresas que exportam os produtos posteriormente para o Brasil tem recolhido o frete correspondente ao segundo trecho da intermediação. O valor do frete é de cerca de 400 dólares, deixando de declarar o trecho correspondente a chegada do produto da Ásia para os países vizinhos que é de cerca de 4 mil dólares. “Como todos os impostos incidem sobre o preço FOB + frete, a empresa que pratica essa triangulação reduz seu custo final em cerca de 8%”, contabiliza Siqueira Campos. “Ainda cabe às autoridades verificar se essas empresas não estão declarando erroneamente como se os pneus tenham sido produzidos aqui na América do Sul, o que constitui outra irregularidade”, pede Siqueira Campos.  

                A terceira medida apontada pela ABIDIP é, na verdade, um alerta sobre outra ação irregular de importadores fraudulentos. Há importador alterando a NCM (Nomenclatura Comum do MERCOSUL) que é a classificação dos pneus, para pagar menos impostos. Essas empresas importadoras estão alterando o NCM dos pneus de carga para os pneus de passeio. Essa simples mudança acarreta uma diferença de IPI que é brutal. Para os pneus de carga o IPI é de 15% e para os pneus de passeio é de 2%. “Mudar o NCM é fraude, crime, um desvio de 13% de impostos em cada importação e nada foi feito pelas autoridades governamentais, até agora.”, lamenta Siqueira Campos. “A Receita Federal precisa notificar e multar os importadores irregulares.”, pede.
Por fim, Siqueira Campos aponta que seria fundamental a Receita Federal usar a legislação vigente para barrar mercadorias iguais ou semelhantes que tenham preços visivelmente diferentes. “Não há explicação lógica para um produto pago dentro das regras fiscais e tributárias custar U$ 100, por exemplo, e o concorrente importador oferecer um produto similar a U$ 60”, aponta. “Não há mágica, é subfaturamento. Temos documentos e informações necessárias para que as autoridades competentes possam agir. Essas provas já foram encaminhadas a Receita Federal, mas até agora nenhuma providência foi tomada”, lamenta.

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